Neurociências e suas aplicações
Esta linha abrange o estudo morfofuncional e quantitativo das estruturas que compõem o sistema nervoso central, periférico e autônomo, com ênfase dos grupos neuronais e estruturas ganglionares e a vascularização do tecido nervoso. Aliado a isso, utiliza todo o espectro da anatomia funcional e suas vertentes na investigação e sugestão de novas abordagens terapêuticas das doenças dos sistema nervoso. A utilização de diversas técnicas de ponta inclui o uso de células reprogramadas e transformadas em células tronco pluripotentes induzidas (ipsc) para modelar doenças que acometem o sistema nervoso central. O sistema é in vitro, no formato 2 e 3d, sendo este último realizado com organoides cerebrais. As doenças modeladas são genéticas e infecciosas (autismo, distrofia muscular de duchenne e zika), sendo o principal interesse a elucidação dos mecanismos da fisiopatologia dessas doenças. Além disso, usa-se o sistema para testar fármacos visando a reversão dos danos ou fenótipos encontrados nas células dos pacientes. Ainda nessa linha, englobam-se projetos de pesquisa em outras frentes com base nos avanços realizados com o projeto genoma humano e os novos conceitos de regulação da expressão gênica, a importância dos micrornas e dos rnas longos não codificadores, entre outros. Uma classe de doenças genéticas do erro inato do metabolismo que resultam na disfunção lisossomal, e como consequência, o acúmulo de macromoléculas nessa organela. Nessa área, por meio de abordagens de terapia gênica, evolução molecular dirigida e biologia sintética testa-se o desenvolvimento de novas moléculas terapêuticas para terapia de reposição enzimática, principalmente focando a doença de gaucher que apresenta padrão de herança autossômico recessivo e doença de fabry com padrão de herança ligado ao x. Abordagens genômicas objetivando a descoberta de potenciais biomarcadores para teste de novos alvos terapêuticos também são desenvolvidas em um tipo de câncer do sistema nervoso central conhecido como meduloblastoma, o qual representa o tipo de tumor pediátrico maligno do sistema nervoso central mais frequente.
Anatomia funcional comparada
A ferramenta principal da anatomia funcional comparada é a investigação da forma (da arquitetura e estrutura), passando pelo processo de desenvolvimento do corpo, sob os aspectos macro, meso, microscópicos e ultraestruturais e moleculares. Nesta linha, aplica-se essa abordagem na investigação sistemática dos componentes dos diversos sistemas orgânicos: digestório, urogenital e circulatório enfocando aspectos comparativos que permitem inferência das funções em diferentes sistemas fisiológicos bem como o estabelecimento de parâmetros do comportamento esplâncnico.
Medicina translacional
A transferência de forma rápida e eficiente dos conhecimentos gerados nos diversos projetos de ciência básica para suas diversas aplicações clínicas e cirúrgicas é o escopo principal dessa linha de pesquisa. A abordagem de diferentes aspectos da interatividade das bases morfofuncionais e anatômicas frente aos modelos cirúrgicos e anestésicos correlacionando os impactos destes procedimentos na anatomia funcional, e a utilização de diferentes técnicas de produção de imagens. Inclui também as novas abordagens e tecnologias de ensino aplicadas ao estudo da anatomia, estendendo-se para outras disciplinas, tanto no ensino superior quanto no básico e fundamental.
Microambiente celular e matriz tecidual
Esta linha de pesquisa visa avaliar sistematicamente as interações morfológicas e funcionais das células e tecidos em seus respectivos microambientes. Para este estudo, é necessário considerar o arranjo estrutural de cada componente, suas relações com a matriz tecidual e suas respectivas vias de comunicação e adesão intercelular. Tendo em vista que o objetivo principal é entender como funcionam as interações intercelulares do microambiente no desenvolvimento de doenças, são utilizadas técnicas de ponta em contextos tanto fisiológicos como patológicos. Os projetos de pesquisa elencados nessa linha estudam como os componentes celulares de diferentes microambientes teciduais atuam e controlam a progressão de doenças. Além disso, investigam o papel destes componentes celulares e sua interação com os constituintes da matriz extracelular. Dentre estes, podemos destacar o estudo do microambiente tumoral de câncer de próstata, mama e melanoma, bem como avaliação do papel da inervação sensorial e de pericitos na progressão desses tumores. Outros projetos também são feitos paralelamente, estudando o microambiente tecidual em doenças infecciosas. Estes estudos abrirão horizontes para técnicas inovadoras na compreensão dos mecanismos envolvidos no controle e regulação do microambiente tecidual, contribuindo para o desenvolvimento de maneiras de controlar estes microambientes.
Biotecnologia aplicada e imunologia
Estudos da morfofisiologia dos constituintes teciduais dos sistemas orgânicos com ênfase na morfogênese e funções do sistema imunitário e células totipotentes, visando seu caráter básico, ou suas aplicações terapêuticas.
Órgãos temporários e tecidos glandulares: forma e função
Esta linha de pesquisa contempla a investigação do sistema endócrino, ou seja, das glândulas e tecidos endócrinos e sua relação anatômica, histológica, morfológica, funcional, constitucional com os demais sistemas dos organismos animais de espécies domésticas e silvestres, bem como o estudo das secreções endócrinas realizadas por estes tecidos e suas funções nos diferentes organismos.
Anatomia da gestação: tecnologias voltadas ao desenvolvimento
Esta linha de pesquisa abriga a compreensão de todos os mecanismos e eventos envolvidos na gestação, desde a concepção até o parto, incluindo todas as estruturas integradas nas junções da reprodução, gestação e parto. Enfatiza as tecnologias adotadas mais recentemente, que abrangem a fecundação “in vitro”, a clonagem, a transgenia, o papel mitocondrial, a herança mitocondrial, as doenças mitocondriais, as células germinativas, a reprogramação celular e nuclear, a genética de precisão e a neonatologia.